Sim, nós somos um caso de amor.

Satisfação plena.

Hoje é o dia mundial da amamentação, dia 01/08 e nós temos muita história pra contar.

Se fosse hoje o dia do nascimento de Iara  e eu soubesse tudo o que sei, acho e somente acho, que tudo poderia ser diferente. Mas será que eu saberia tudo que sei sem ter passado o que passei? É, provavelmente não.

Enfim...depois de muita insistência pra que Iara pegasse o peito corretamente e de um pouco de desânimo eu peguei a mamadeira para esterilizar (sim, eu tenho em casa, as ganhei). Nessa hora o Thiago que lavava vasilhas me olhou com uma cara, mas pra não me "desapontar" não disse nada, nessa hora li nos olhos dele que ainda havia condição e força pra tentarmos mais um pouco e ainda havia o que tentar. Bom, guardei a mamadeira, respirei fundo e decidi que daria mais uma chance a nós nesse movimento.

Então que foi feita mais uma visita ao banco de leite do HPM, não fica perto de casa e eu não tenho carro...tinha que amolar meu irmão e era muito chato...uma amiga/prima me levou nessa visita, onde ficamos mais de 3 horas lá...tentando, conversando, analisando, até que as meninas descobriram o mau posicionamento da língua e nos encaminhou para a fono e para o banco de leite mais próximo de casa.

Fomos um bocado estudiosos por aqui e fizemos buscas sobre exercícios com a língua, de modo que quando chegamos na fono, já não havia mais nada errado.

Fomos muito bem acolhidas nesse banco de leite aqui perto de casa e a coordenadora é quem nos acompanha. Dra Samu, a quem devo muito carinho, por ter sido muito paciente e fraterna comigo. No primeiro dia que conversamos ela foi um bocado terapeuta, ia falando de alternativas e a cada uma que ela falava eu dizia, já fiz, já fiz...até que desabei em choro. Calma e serena ela me disse, relaxa Grazi não há nada de errado com você. Vamos fazer mais algumas coisas e caso nada dê certo, vamos passar para a chuquinha sem nenhuma dor de cabeça e com a certeza de ter feito o possível. Saí de lá com 1 tonelada a menos nas costas.

Fiz alguns investimentos necessários, comprei uma poltrona que ajuda muito já que a posição das costas tem que ser confotável e comprei uma bomba de tirar leite elétrica...que usei pouco, mas ajudou bastante no estímulo inicial.

Bom, desde então estamos dando o peito e o Leite Artificial logo em seguida, mas eu confesso que fui medrosa. Tive muito medo de reduzir o LA logo de início. Bom gente, eu vi a Iara emagrecer horrivelmente, vi a cara da médica quando introduziu o LA e quase mandou a pequena pra UTIN....enfim...tive medo de falhar e isso custar a saúde da minha filha.

Tentei ter cuidado porque não queria transformar a amamentação num sofrimento emocional e tive muita tranquilidade nessa hora. Aliás uma coisa que eu tive foi tranquilidade e isso foi nosso maior trunfo.

Lentamente fui retirando o LA, bem lentamente mesmo...até que comecei a perceber que podia tirar mais e mais. Em acordo com as pediatras fui fazendo a retirada e estamos com quase nada.

Acabo de ler um texto* sobre erros cometidos na amamentação e eu acolho alguns deles como meus erros também. Eu deveria ter acampado no banco de leite desde o início, medir a minha produção pela bomba também não ajudou em nada...me deixava paranóica e eu só consigo ficar com os peitos cheios durante a noite, quando graças ao bom pai...rs...ela dorme.

Quando eu entendi sobre a produção de leite, desencanei e acho que ai a coisa fluiu. Sim, sim...cada uma passa por um processo, uns mais parecidos outro nem tanto...então se seu peito vaza e sobra leite, ótimo, doe; se não vaza...ótimo também e isso não é sinal de que há algo errado.

Ouvi muitos relatos de apoio, muitos de desencorajamento e resolvi deletar pessoas negativas, segui a nossa toada, pode ter demorado, mas hoje, dia 01/08 recebemos um belo elogio da pedi da Iara, que me disse ainda que o LA que ela ta tomando e mero capricho e bengala, já que 40ml não faz diferença nutricional considerável pra ela. Sim, estamos autosuficientes na amamentação e somos um caso de amor e dedicação. Fiquei super orgulhosa.

Em julho fui pra casa da minha vó e uma coisa que ela me disse martelou na minha cabeça..."Iara está fazendo exatamente como você fez, a diferença é que você está mostrando que é possível ter calma e contornar as dificuldades". Sem nenhuma culpa atribuída para minha mãe, mas também sem nenhuma modéstia eu preciso reconhecer que aqui em casa, nós arrasamos e aprendemos um bocado de coisa. Não foi nada natural e imediato como previa, exigiu calma, dedicação e muito amor.

Iara mama o quanto quer, a hora que quer e onde quer.

* http://neonatologiakk.blogspot.com/2011/07/relato-de-amamentacao-da-pat-e-lis.html