segunda-feira, 5 de setembro de 2011

É preciso fazer escolhas


Motivada por uma discussão que volta e meia retorna na lista, a chupeta, resolvi escrever algumas coisas sobre nossas escolhas.

O fato é que tudo pode ter uma explicação razoável e pode ter seguidores ferrenhos, a ciência também muda de opinião com frequência e oscila em opostos, então acho que acima de qualquer coisa, pais informados, tomando decisões pelos seus filhos, devem ser respeitados. Claro, posso não concordar, posso até tentar convencer de outra opinião, mas preciso respeitar o direito do outro de tomar suas decisões, aliás, tenho que aplaudir por serem capazes de tomar decisões que as vezes vão de encontro ao que a maioria faz.

Aqui, nós fizemos algumas conversas sobre alguns assuntos, aceitamos algumas posturas mais comuns, mas também fomos duros em algumas decisões. É chato ver gente te olhando com cara de estranhamento, mas depois você pensa: "Ah, eu to segura do que to fazendo, então que olhem estranho". Penso coisa feia também...hahaha.

Assim foi quando optamos por dar o leite no "fingger" pra Iara. Ouvi gente dizer que era nojento a forma como fazíamos pra alimentar a pequenina. Duro né?!? Pois é. Uma profissional que nos acompanhava me perguntou se eu não achava que o fingger tinha a mesma função que a chuquinha, respondi pra ela. Olha, pode até ter, mas nós preferimos dar o nosso corpo (dedo) como forma de interação, carinho, enfim.... Ela pensou uns segundo e me disse: "Nossa, nunca tinha pensado nisso". Tem gente que numa ocasião dessas escolhe a chuquinha por n motivos. Que seja, mas pode ser diferente.

Ela teve suas crises de cólicas, tentamos segurar só com massagens, carinhos e calma. Não deu, precisamos de remédios. Lá pra uma certa altura pensamos: Porque pode remédio industrial e não pode chá? Resolvemos dar cházinho.

Chupeta ou dedo? Também fizemos esse questionamento sobre problemas com a dentição, sobre a higiene, a duração do vício, o controle do vício e incrivelmente chegamos a uma definição contrária a do uso do  fingger, era melhor dar uma borracha. Ponderamos que o dedo é muito mais difícil de controlar a higiene (mão no chão, dedo na boca), o vício (pessoas chupam dedos por mais tempo), a dentição tem problema com o uso dos dois mesmo. Compramos uma chupeta nova, que a parte que fica na gengiva é 6x mais fina que as demais, que é macia, que o movimento pra chupar é semelhante ao de mamar, e tudo e tal... e o que ela fez, odiou. Para nossa sorte, ela não gosta da chupeta e não chupa mais dedo...coloca a mãozinha toda na boca aparentemente pra coçar os dentinhos e passou dessa fase de sucção desvairada...rs.

Um belo dia colocamos ela pra dormir de bruços, numa tentantiva de melhorar o sono que estava leve e assustado e voilà ela dormiu feito um anjo. Tentamos colocar de barriga pra cima e ela acordava várias vezes, de bruços e sono profundo. Decidimos deixar de bruços. Quando contei pra pediatra, ela teve um treco e disse que de jeito nenhum podíamos deixar ela dormir assim. Oh não, lá fomos nós pesquisar coisas e coletar opiniões. Nessa noite ela dormiu de bruços, mas nós, mal pregamos o olho...ponderamos mais um bucado e assim pensamos. Veja, há alguns poucos anos atrás a posição mais indicada para evitar morte de bebês durante o sono era exatamente de bruços. A ciência mudou de opinião, mas a Iara gosta de dormir assim, dorme beeeem melhor assim. Embora eu tente colocá-la de outro jeito, é de bruços que ela dorme melhor. Não ficamos mais psicopatas olhando de minuto em minuto, mas ela usa um travesseirinho furadinho (que se regurgitar, não fica acumulado) e ficamos atentos aos barulhinhos a noite. Cuidado, o mesmo que teríamos de qualquer jeito, mas assusta um pouco a forma como é colocado pra gente.

Por sorte a pediatra de Iara é uma médica que não é da via que da logo uns remédinhos pra resolver, ela observa e acalma. Ela explicou que os sintomas pra bebês são sempre muito parecidos, por isso é importante observar cada detallhe. Nós gostamos muito disso, porque remédios não fazem bem pra nosso corpo, quem dirá pra o de um bebê.

É preciso acreditar e estar seguro do que se faz porque é uma responsabilidade e tanto decidir cada coisinha na vida de uma pessoa. Mas não tem jeito, é uma coisa que precisa ser feita com muita tranquilidade, porque não é um brinquedo, é de verdade e tem implicações. 

Embora possa te parecer estranho alguns comportamentos e decisões, não faça cara de nojo, escute, debata e considere que existem vários caminhos. Principalmente se você estiver lidando com uma grávida ou uma recém parida, você pode provocar danos emocionais graves. Segure a língua e faça diferente quando for sua vez, se é que vai querer ter vez. Pronto falei.

E a nós, pais ativos, cabe assumir as posições e decisões tomadas, buscar as informações sempre, pois elas mudam demais e seguir a vida, cada dia uma nova tarefa, um novo acontecimento e pode ter uma decisão a ser tomada. Não tenho medo de defender nossas escolhas e quero que elas sejam respeitadas. Um dia a Iara pode discordar de tudo o que fizemos, mas saberá que foi na maior das vontades de acertar e foi com convicção.


2 comentários:

  1. Olha Grazi, é assim mesmo. A maternidade é uma sucessão de escolhas, reescolhas e atitutes sempre tentando o melhor para os nossos filhotes. Siga sempre o seu coração e deixe os achismos dos outros de lado. Ultimamente eu tenho feito cara de paisagem, e sigo a vida! Assim, tudo fica muito mais leve!!!

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