terça-feira, 29 de março de 2011

Último mês. E o parto?

Depois de muitas descobertas, estamos de verdade na reta final. Esse último mês, que algumas mães dizem parecer uma eternidade, está começando bem agitado.

A maioria chega a esse momento com tudo já organizado, eu estou num outro tempo, o quarto está ficando pronto essa semana e as coisas começam a chegar no lugar. Mas vai dar tudo certo.

A sereinha está se movimentando um bucado e crescendo bem, porque cada dia minha barriga está bem maior, Thiago está ansioso e se diverte com os "carinhos" que ela faz no rosto dele toda noite. Aliás, é interessante como ela responde a voz e ao toque dele, toda noite tem a massagem dela e é hora dos  rolamentos e chutes. Ela se mostra uma mocinha bastante decidida, se um lado não está confortável pra ela, ela chuta até que eu mude de lado e ela fique confortável aqui dentro.

Além dos preparativos finais pra recepção da nossa Iara, como organização do quarto, lavar e passar roupinhas, arrumar coisinhas, organizar mala da maternidade e lembrar de micro detalhes, há nesse momento a preocupação que é de fato a mais importante: O parto.

Embora já saibamos onde e com quem será feito o parto, isso não é o bastante. Faço parte de uma turma que defende que natural é o parto normal.

Como isso tá se tornando difícil pra que as pessoas entendam. Hoje em dia as pessoas encarnaram que normal e natural é rasgar sua barriga e arrancar de lá de dentro um bebê. Não sei se é "comodidade" de não sentir a dor do parto, se é pelo "glamour" da cirurgia, se é pela "praticidade" de marcar o dia e a hora, o que poderia fazer com que mais de 80% das mulheres se submetam a cirurgias para o nascimento de seus bebês?

O que faz com que os hospitais e médicos prefiram esse tipo de parto, nós já sabemos, mas realmente não consigo entender esse número elevado como preferência das mulheres. As mesmas que passarão vários dias para se recuperar da cesárea, as mesmas que ficarão 15 dias costuradas, as mesmas que podem ter intercorrências da cirurgia, enfim, é necessário que se invista em campanhas educativas para que mulheres conheçam e possam escolher conscientes a forma de seu parto. Acho até que vai mais além. É necessário que haja uma forma de controle das cesareanas no país, que os hospitais sejam obrigados a oferecer estruturas para parto normal, que os médicos estudem mais sobre o parto normal.

Thiago e eu fomos conhecer a maternidade onde será o parto de Iara e é impressionante como as pessoas não consideram a possibilidade de um parto normal. A enfermeira que nos levou pra fazer o tour pelas instalações apresentou as acomodações, nos levou ao berçario e o tempo todo se referia a cirurgia, ao anestesista, quando eu disse que era parto normal, ela assustada me perguntou: Você tem certeza? E fez aquele olhar de reprovação e de descrença.


Ouvir aquilo me deu uma agonia tão grande, porque eu e minhas companheiras temos condição e acesso a informação para fazer uma escolha livre de preferências médicas ou hospitalares, mas muitas mulheres são desconsideradas nesse processo. Minha médica que já é minha ginecologista há 10 anos, não faz parto normal e com muita honestidade (que pode me irritar, mas ela foi honesta) me disse que não faz parto normal por não querer, mas também não me enganou como muitos fazem por ai. Depois de muita conversa ela fará nosso parto normal. Serei atendida no plantão do hospital e no final do processo ela chegará para fazer o parto. Melhor mundo? Não é, mas sei que ela não me enganará com o papo de que não tem dilatação o bastante.

Meio que desabafei nesse texto, mas penso que a mulher precisa ser dona do seu corpo em todos os momentos, incluindo a escolha pela maternidade e na forma de parir seu filhote.

A sereinha aqui ainda não está em posição para parto normal, mas ainda temos 5 semanas e não tenho problemas se no final for necessário fazer uma cesárea, mas essa opção precisa ser debatida comigo e que sejam esgotadas todas as possibilidades de parto normal. Sou dona do meu corpo.

Desejo pouca coisa, quero que Thiago segure minha mão e que meus amigos, amigas e familiares torçam/rezem/orem pra que tudo dê certo.

Seguiremos arrumando tudo para que o mundo de Iara seja colorido e iluminado.


Abençoados pela linda Lua grande.

2 comentários:

  1. Lindo seu texto Grazi!!!
    concordo com vc , meu primeiro filho foi cesarea pq não tive esta escolha , tinha 15 anos e não decidia nada!! minha segunda filha com 37 anos foi cesarea estava com a pressão altissima e tive que antecipar o parto 15 dias pois corria risco de vida, meu sonho era ter um parto normal , queria poder segurar meus filhos no peito logo após o nascimento , não foi do jeito que sonhei , mas foi tão emocionante quanto!!
    aproveite bem sua hora e com certeza estaremos orando por vc e que a pequena Iara seja sempre a luz de suas vidas!!
    bjss
    Silvia

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  2. É Sil, o problema é que vão logo metendo o bisturi sem discutir nada antes. Quando você a carinha dos bichinhos deve fazer esquecer qualquer dor ou costura, mas gostaria muito de ver a carinha logo, pegar no colo logo, amamentar logo, cheirar logo, examinar o corpo logo...essas coisas de mãe...rs.

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